Valor Investe – Após deixar CBN, Mauro Halfeld cria gestora especializada em fundos de alocação no exterior

Após deixar o comando do programa de rádio CBN Dinheiro, o especialista em finanças pessoais Mauro Halfed estreia “do outro lado do balcão”, comandando sua própria gestora. A DauerCapital lançou dois fundos nos últimos meses e tem como principal diferencial a oferta de fundos com exposição ao mercado externo – especialmente àqueles ativos que “ninguém mais vê”.

Nesta primeira fase, a DauerCapital oferece dois produtos multimercados. O Proativo, que é ofertado para o público em geral, com foco nos investidores de perfil moderado, e o Objetivo, destinado a investidores qualificados (que têm mais de R$ 1 milhão investido). As estratégias de ambos são semelhantes, o que os difere é a porcentagem de alocação no exterior de cada um, tendo em vista que fundos voltados para o grande público só podem ter 20% de exposição estrangeira.

Segundo Halfeld, uma das principais estratégias da casa é a adaptação dos produtos a diferentes tipos de cenários, aumentando ou diminuindo a alocação dos ativos de acordo com contexto local e global, não só para captar ganhos como também para se defender. E o principal diferencial é fazer isso olhando para mercados e empresas que fogem do “usual”.

“Temos ações que todo mundo gosta e tem, como Apple, Microsofit, P&G, Google. Mas temos coisas diferentes, como a Waste Management, uma empresa que faz reciclagem de lixo nos Estados Unidos e é bem resistente a crises”, afirma Halfeld.

A “cesta” dos fundos é composta por títulos públicos do Brasil e Estados Unidos; ações de países como Alemanha, Canadá, Dinamarca, EUA, Finlândia, França, Holanda, Noruega, Reino Unido, Suécia, Suíça e Brasil; ouro; commodities, fundos imobiliários e em ações de gestoras de private equity

Segundo Leandro Vianna, sócio da companhia que será o responsável pela área de distribuição de produtos da DauerCapital, a consequência dessa diversificação, em termos práticos, é “a baixa correlação que temos com outros fundos multimercados.

O executivo ainda afirma que as empresas “encontradas” pela gestora não são necessariamente “small caps” (que têm menor valor de mercado) ou companhias novas que se apresentam como uma grande oportunidade pujante. “Estamos falando de empresas centenárias, líderes de mercado e com balanços robustos”, afirma.

João Seixas, co-fundador da gestora e principal executivo de risco e compliance, afirma que outro ponto forte dessas companhias é o fato de elas estarem em países com economias estáveis e moedas fortes.

Os dois fundos têm aplicação inicial mínima de R$ 10 mil, já a movimentação mínima é de R$ 5 mil. A taxa de administração de 1,94%. A taxa de performance é de 20% do que exceder o CDI. O prazo de resgate no caso do Proativo é de cinco dias úteis e o do Objetivo é de 22 dias úteis.

A rentabilidade do fundo Objetivo do dia de sua estreia em 31 de março até o dia 15 de dezembro era de 7,56%. No mesmo intervalo, a rentabilidade do CDI foi de 3,46%. O fundo, portanto, entregou um desempeno de 219% do CDI. O fundo Proativo completará seis meses em 22 de janeiro, quando a gestora irá divulgar sua rentabilidade.

Além de Halfeld, Seixas e Vianna, a companhia também conta com a atuação do engenheiro de computação Akihiko Sato, que atua como gestor dos fundos.

Por Nathália Larghi, Valor Investe.

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